quarta-feira, 20 de julho de 2011

Situação Hipotética

Imagine um ser retrógrado, hipócrita e preconceituoso. Retrógrado no sentido de não admitir absolutamente nada além de si mesmo e sua tipologia como digno de respeito, delicadeza, reconhecimento ou no mínimo uma harmoniosa indiferença. Hipócrita por ser capaz de julgar ferozmente e com perfeita maestria a qualquer mosquito que lhe cruzar o caminho, quando a própria grama não passa de um campo minado, cheio de destroços de uma existência predominantemente frustrada. E preconceituoso quando nega sua própria época, a riqueza da diversidade e da adaptabilidade, sua moda, seu vocabulário, a natureza tal como ela se manifesta. Um ser assim não existe claramente, seria devorado em segundos, a não ser que seu ego ultrapasse certos limites da sanidade, ao ponto de ser capaz de se mascarar de tal forma, que aos olhos da humanidade devoradora passe desapercebido. Cego, surdo e cheio de voz, segue seu caminho solitário.

Mera suposição. Com que direito foi feito esse, que não passa de outro julgamento? É muita pretensão do pobre que o profere.

Eis o ser humano.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Alegria!

A ignorância é um dos maiores patrimônios da humanidade.

Desde quando saber de tudo faz de você alguém melhor? O mundo real é feio e triste... um lugar terrível pra quem sonha.

Amar é viver sem auto-reprimendas, já chega o que vem de fora. Ser discreto e ao mesmo tempo contaminar o ambiente de Alegria. É se resguardar, acreditar, e acima de tudo, ser verdadeiro, independente daquilo que vão dizer. É ter esperança sabendo que os pés devem se mexer, e que o maior mérito é a conquista, essa ninguém tira, e nada muda. Viver é se doar sem medo, já que sobra o que vem de dentro...

Desde quando viver em paz é tão difícil? Basta ter jogo de cintura... para separar o que é necessário, daquilo que é acessório, daquilo que é oportuno, daquilo que não se compara a nada disso...

A inteligência é o maior patrimônio da humanidade.

Feliz Ano Novo!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um gesto diz mais... que mil palavras.

Ele não gosta do Natal.

Nunca se sentiu verdadeiro... não ve sentido em se doar à subjetividade de uma data simbólica, fingindo valores e condutas que não se fazem rotineiras, e ainda por cima travestindo o consumismo pela máscara da generosidade; assim como qualquer data comemorativa... acha indigna e fantasiosa a pretensão de concentrar em um período de 24h tudo aquilo que leva-se a vida para construir. E um segundo para destruir...

Feliz Natal!

sábado, 7 de agosto de 2010

A Origem

L.: - No princípio era dor.

É incrível pensar no quanto algumas vozes são capazes de causar tamanho estrago, arrepiando até os pelinhos das sobrancelhas... aquele arrepio que vem do fundo do estômago, passa dando choques violentos no coração e sobe pela garganta até a boca, de onde irradia pra toda a cabeça, rebate no crânio, e volta feito tiro pro estômago, onde se esconde, aterrorizado... e se aloja ali. Parasita cultivado, se multiplica.

“Vozes... não, é só uma, é o herói... o exemplo... desmorona, enegrece, inexiste... Terra, quente e macia, o mundo se abre e sorri, o coração palpita, o espírito anseia sempre por mais e mais e mais e mais... e a voz ainda tem poder... a fuga é proteção, a frieza, maldição... e o sorriso, disfarce. Disfarce, não mentira... rejeita a origem, só.

O presente mais bonito, toca a alma e a fragmenta. Fragmento voluntário, concedido de bom grado... de que vale uma riqueza se não for compartilhada? Felizes aqueles que tem “com quem” compartilhar, não importando “o que” é compartilhado. E a voz condena, impossível odiá-la, não é assim tão fácil, apesar de ser sim incompreensível... e ela quer ficar só, sozinha... totalmente só. Será esse o destino de todos?

- Não será o meu.”


L.: - Hoje é Amor.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Incógnita

Leitão não é um suíno. Nem ao menos se parece com um.

Deve ter entre 18 e 22 anos terrestres, não saberia precisar, mesmo porque, falar de si mesmo não é algo que o deixa muito a vontade, e como boa anfitriã que tento ser, não quero ser invasiva. O máximo que sei sobre sua vida pessoal é que teve um único grande amor em sua história, tendo o semblante tingido de melancolia toda vez que, por algum motivo, passeamos pelo assunto. Não é que não queira mais amar, mesmo porque, como ele mesmo sempre diz, não é algo que escolhemos... mas ao que parece seu romance não teve um desfecho muito bacana.

Leitão aprecia todo tipo de arte, em especial a literatura, é apaixonado por comida árabe e dotado de um olfato muitas vezes constrangedor... entre outras bizarrices naturais.

Nos conhecemos há exatamente cinco anos... nunca fui lá muito chegada a contatos humanos, na maior parte do tempo me distraía com meus discos e desenhos animados, vivia em um mundo alternativo, só meu... não que eu adorasse isso, mas era feliz assim, sempre apreciei o conforto.
E hoje percebo que ele sempre esteve ali... Eu é que não estava preparada para vê-lo antes. Então pela primeira vez resolvi lhe dar abertura, deixei que ele me mostrasse tudo que julgava oportuno, tirasse a venda que me cegava... mas ao mesmo tempo protegia.

Como eu odiei Leitão, só eu sei.

As vezes ele ainda me desperta certa ira...
Mas não sei bem o que seria de mim sem ele. Recentemente passamos por uma crise, estou revendo alguns valores, e pensando em promover nosso relacionamento.

A outra possibilidade é expulsá-lo definitivamente de minha casa. Não é má ideia.

Mas isso gera em mim certa relutância...

domingo, 1 de agosto de 2010

Companheiro de Viagem Leitão

Leitão é um amigo especial.

Dentre tantos seres aleatórios que já passaram por minha vida, nunca antes havia conhecido ninguém como ele... e posso dizer que graças a sua aparição me torno a cada dia um ser humano melhor em inúmeros aspectos.

Ser humano.

Não se limita a possuir um cérebro altamente desenvolvido e o polegar opositor... Vai muito além de qualquer conceito. E foi Leitão quem me fez enxergar isso.
Aliás, taí um aprendizado que vou levar comigo para sempre, apesar de ainda não conseguir aplicá-lo completamente, vou pelo caminho.

Limitar acontecimentos, sentimentos, emoções... a vida em palavras, na maior parte das vezes é desastroso. É sim uma ótima maneira de se expressar, mostrar para o mundo o que se passa dentro de nós, nem que seja só pra nos livrarmos desse peso. Mas às vezes, o melhor a se fazer é apenas vivenciar aquilo em sua intimidade... você pode rir, dar gargalhadas de felicidade, não "caber" mais em si mesmo de tanta felicidade... Ou então morrer de tristeza, tomar o mundo como um lugar hostil, onde você com certeza nunca encontrará a porção de amor que lhe cabe. As SUAS lágrimas dizem tudo. E pode ter certeza, ninguém vai viver isso por você, muito menos sentir o que você sente. "A dor e a delícia de Ser o que se é" são só SUAS! Só admitindo isso você saberá o que significa "SER" humano...

E com Leitão aprendi, que só depois de mergulhar dentro de si mesmo de cabeça você será capaz de mergulhar no mundo. Isto é... só encontrando a felicidade dentro de si mesmo (como? cada um desenvolve seu jeito, só Leitão pode te ajudar a descobrir o seu), você se sentirá parte do todo, será capaz de fazer os outros felizes, se apaixonará pela sua vida, e então poderá se apaixonar por alguém... O resto cabe à ação e reação, o Universo tem ouvidos e uma pele extremamente sensível... Preste atenção nisso.

Esse foi o primeiro ensinamento de Leitão.

Em sua profunda sabedoria, Leitão adora filosofar sobre a vida... mas pouquíssimos foram aqueles que até hoje se dispuseram a ouvir seus monólogos. E eu tive a honra de ser uma dessas pessoas, e por isso criei esse espaço, "café com leitão", logicamente só depois de conseguir uma entusiástica autorização por escrito de meu Amigo, para compartilhar leitão com os transeuntes interessados de um jeito rápido e casual.

E se ele mudar sua vida?

Aceita!?