Imagine um ser retrógrado, hipócrita e preconceituoso. Retrógrado no sentido de não admitir absolutamente nada além de si mesmo e sua tipologia como digno de respeito, delicadeza, reconhecimento ou no mínimo uma harmoniosa indiferença. Hipócrita por ser capaz de julgar ferozmente e com perfeita maestria a qualquer mosquito que lhe cruzar o caminho, quando a própria grama não passa de um campo minado, cheio de destroços de uma existência predominantemente frustrada. E preconceituoso quando nega sua própria época, a riqueza da diversidade e da adaptabilidade, sua moda, seu vocabulário, a natureza tal como ela se manifesta. Um ser assim não existe claramente, seria devorado em segundos, a não ser que seu ego ultrapasse certos limites da sanidade, ao ponto de ser capaz de se mascarar de tal forma, que aos olhos da humanidade devoradora passe desapercebido. Cego, surdo e cheio de voz, segue seu caminho solitário.
Mera suposição. Com que direito foi feito esse, que não passa de outro julgamento? É muita pretensão do pobre que o profere.
Eis o ser humano.
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