sábado, 7 de agosto de 2010

A Origem

L.: - No princípio era dor.

É incrível pensar no quanto algumas vozes são capazes de causar tamanho estrago, arrepiando até os pelinhos das sobrancelhas... aquele arrepio que vem do fundo do estômago, passa dando choques violentos no coração e sobe pela garganta até a boca, de onde irradia pra toda a cabeça, rebate no crânio, e volta feito tiro pro estômago, onde se esconde, aterrorizado... e se aloja ali. Parasita cultivado, se multiplica.

“Vozes... não, é só uma, é o herói... o exemplo... desmorona, enegrece, inexiste... Terra, quente e macia, o mundo se abre e sorri, o coração palpita, o espírito anseia sempre por mais e mais e mais e mais... e a voz ainda tem poder... a fuga é proteção, a frieza, maldição... e o sorriso, disfarce. Disfarce, não mentira... rejeita a origem, só.

O presente mais bonito, toca a alma e a fragmenta. Fragmento voluntário, concedido de bom grado... de que vale uma riqueza se não for compartilhada? Felizes aqueles que tem “com quem” compartilhar, não importando “o que” é compartilhado. E a voz condena, impossível odiá-la, não é assim tão fácil, apesar de ser sim incompreensível... e ela quer ficar só, sozinha... totalmente só. Será esse o destino de todos?

- Não será o meu.”


L.: - Hoje é Amor.

Um comentário:

  1. Fico pensando...

    Será que foi com você?

    Papos picados, apartados por um balcão (de mercearia, vulgo "revistaria") sobre o que veio primeiro: arquitetura ou dança?

    Dança ou música?

    Críticas veladas (e apressadas) acerca de um "operacionalismo conceitual" no tocante as artes (que, pra mim, passam de nove... ou passa da nona arte)!!

    De todo modo, também, confesso minha curiosidade; aliás, sou mais que curioso! Mas, ainda assim (ou pralém da curiosidade), seria "o Leitão" um mamífero ciumento?

    Seria você a moça com quem troquei(?) metade de meia dúzias de ideias e, de lá pra cá, praticamente nunca mais vi?

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